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Pesquisa mostra que mais da metade das crianças não se sentem seguras nas escolas públicas 

Os dados do levantamento A Voz dos Alunos, da ONG Visão Mundial, também destaca que 37% dos jovens já tiveram aulas canceladas por conta de tiroteio e confusões

Cláudio Leite-Galego
Por: Cláudio Leite-Galego
30/10/2024 às 11h53 Atualizada em 30/10/2024 às 11h56
Pesquisa mostra que mais da metade das crianças não se sentem seguras nas escolas públicas 

 

 

 

 Dados recentes revelam um aumento nos incidentes de violência escolar, com registros de 250 casos de agressões físicas em 2023, segundo o Observatório da Violência Escolar. Além disso, o Brasil enfrentou 12 atentados em escolas desde 2002, com um aumento alarmante nos últimos anos. Diante desse cenário, a ONG Visão Mundial, organização internacional fundada em 1950 e presente no Brasil há mais de 40 anos, realizou a segunda edição da pesquisa A Voz dos Alunos, que visa analisar o comportamento de proteção, segurança e cuidado no ambiente escolar, além de abordar aspectos ligados à conscientização sobre as mudanças climáticas. 

 

Nesta edição, o levantamento, que aconteceu entre julho à setembro de 2023, entrevistou 420 crianças de 8 a 17 anos matriculadas em escolas públicas de 12 municípios e 7 cidades do Brasil, entre eles, São Paulo (SP), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Recife (PE), Goiânia (GO), Chapecó (SC) e Manaus (AM). 

 

A pesquisa concluiu que 55% das crianças não se sentem completamente seguras no ambiente escolar público. “O dado é ainda mais alarmante quando analisado por raça (pretas e pardas; indígena e amarela), 6 entre 10 crianças não não se sentem totalmente protegidas", comenta Reginaldo Pereira da Silva, coordenador de Advocacy e Participação da Visão Mundial.

 

Em relação a violência urbana, quase 4 entre 10 alunos já tiveram aulas canceladas por conta de tiroteio e confusões nas ruas. Em paralelo, 63% nunca tiveram aulas afetadas por essas razões.

 

“Esses dados são de extrema importância para reflexão nas escolas. Os alunos passam a maior parte do tempo em sala de aula e é compromisso das instituições de ensino manter um ambiente harmonioso para os pequenos”, comenta Reginaldo Pereira da Silva.

 

De acordo com o levantamento, quando abordados sobre os principais tipos de violência que poderiam viver - no cotidiano ou na instituição de ensino -, 82% citam assaltos, 74% bullying, 57% abuso sexual, 40% ser “machucado por pessoa alcolizada”, 38% estupros, e 37% castigo por responsável. Em paralelo, quando questionados sobre onde essas violências poderiam acontecer, 59,76% responderam que seria no ambiente externo, porém, 57,8% mencionaram o meio estudantil, revelando a sensação de “perigo” por parte das crianças. 

 

“Entender o comportamento e perspectivas das crianças e adolescentes é o caminho para auxiliá-las no campo estudantil. Nosso maior propósito é construir uma sociedade segura, amigável e com menor taxa de desigualdade possível. Além disso, analisamos que o compromisso com o futuro do planeta está nas mãos das gerações que estão vindo", explica Thiago Crucciti, Diretor Nacional da ONG Visão Mundial.

 

Mudanças Climáticas

 

Como complemento da pesquisa e consideração sobre a urgência climática vivida pelo planeta, a ONG Visão Mundial também realizou um levantamento sobre mudanças climáticas com as crianças e adolescentes. 75% afirmam ter conversado com alguém e se consideram familiarizados com temáticas do clima, enquanto 25% nunca conversaram e nem sabiam sobre o assunto. 

 

Sobre os bairros que possuem rios e córregos com lixos, 56% percebem que estão sempre poluídos, somando aos 20% dos que responderam “às vezes”. A respeito de deslizamentos de terra ou morros, 76% informaram nunca terem tido ocorrências em seus bairros. No entanto, 7% das crianças foram afetadas por deslizamentos. 6% dos meninos e meninas que já perderam bens por conta de ocorrências como essa. 

 

“Para muitas regiões do Brasil o aquecimento global e as mudanças climáticas afetam drasticamente a vida e cotidiano das pessoas. Como vivenciado nos últimos anos, precisamos abordar esse tema cada vez mais, principalmente com os mais novos, que representam uma nova geração e, por isso, também precisam ser conscientizados sobre as suas ações. É nosso dever ensinar, educar e explicar sobre as mudanças climáticas a nível global”, conclui Crucciti.

 

Para ter acesso ao relatório completo da ONG Visão Mundial, basta acessar o link

 

Sobre a Visão Mundial (World Vision)

A World Vision, conhecida no Brasil como Visão Mundial, é uma organização humanitária cristã dedicada a trabalhar com crianças, famílias e suas comunidades para atingir todo o seu potencial, combatendo as causas da pobreza e da injustiça. A Visão Mundial serve a todas as pessoas, independentemente de religião, raça, etnia ou gênero. A organização está no Brasil desde 1975 atuando por meio de programas e projetos nas áreas de proteção, educação, advocacy e emergência, priorizando crianças e adolescentes que vivem em situações de vulnerabilidade. Para mais informações: http://www.visaomundial.org.br/.

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