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Jerônimo Rodrigues prestigia cerimônia de retorno do Manto Tupinambá ao Museu Nacional do Rio de Janeiro

A cacique Japomoty celebrou o momento. "Sou a primeira líder mulher do povo Tupinambá de Ilhéus. Lutamos muito para que o manto ficasse no Brasil e hoje, três séculos depois, comemoramos esse momento que demonstra toda a força dos nossos ancestrais. Simboliza um direito de vida, não só para nós, mas para todos os povos originários. Estou feliz porque o Brasil de hoje é um novo Brasil”, afirmou.

13/09/2024 às 04h17
Por: Cláudio Leite-Galego
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Simônica Capistrano/GOVBA
Simônica Capistrano/GOVBA
 
 
Ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, o governador Jerônimo Rodrigues participou, na tarde desta quinta-feira (12), no Museu Nacional do Rio de Janeiro, da cerimônia de celebração do retorno do Manto Tupinambá. Objeto raro e sagrado, o manto retornou do Museu Nacional da Dinamarca no dia 11 de julho, após 300 anos, e está instalado em uma sala da Biblioteca Central na capital carioca, garantindo o direito sagrado dos indígenas em relação ao artefato.
 
A devolução foi permitida a partir da articulação entre instituições do Brasil e da Dinamarca, incluindo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), por meio da Embaixada do Brasil na Dinamarca, museus dos dois países e da comunidade tupinambá da Serra do Padeiro, localizada na ainda não demarcada Terra Indígena Tupinambá Olivença, na Bahia.
 
“Foi uma agenda linda, emocionante. Este é um marco histórico para nós, brasileiros, e para nós,  indígenas. São 11 mantos desses. Um está aqui e dez espalhados por outros cantos da Europa. Mas, assim como esse manto,  outros valores deverão, com esse exemplo, ser devolvidos ao povo indígena e aos seus territórios”, destacou Jerônimo.
 
O presidente Lula destacou que o Manto Tupinambá deve ficar na Bahia. “Espero que todos compreendam que o lugar dele não é aqui. O governador indígena da Bahia, Jerônimo Rodrigues, terá o compromisso histórico de construir no Estado um lugar para abrigar o objeto, que guarda crenças, memórias e a retomada de uma história que foi apagada por séculos”, comentou.
 
A cacique Japomoty celebrou o momento. "Sou a primeira líder mulher do povo Tupinambá de Ilhéus. Lutamos muito para que o manto ficasse no Brasil e hoje, três séculos depois, comemoramos esse momento que demonstra toda a força dos nossos ancestrais. Simboliza um direito de vida, não só para nós, mas para todos os povos originários. Estou feliz porque o Brasil de hoje é um novo Brasil”, afirmou.
 
O evento foi organizado pelos ministérios dos Povos Indígenas (MPI), da Educação (MEC) e da Cultura (MinC,) e de lideranças do Povo Tupinambá. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, agradeceu a participação de todas as instituições envolvidas. “Graças à incansável luta dos Tupinambás e dessas entidades, conseguimos celebrar, hoje, a resistência, a ancestralidade e a força do nosso povo. Esse retorno marca ainda, o novo início das relações entre os indígenas e os museus, entidades vivas, de histórias e saberes disponíveis a toda a sociedade brasileira”, disse.
 
Sobre o Manto Tupinambá
 
O manto era usado pelos Tupinambás em importantes rituais, que representa as primeiras populações brasileiras. É feito de penas vermelhas de guará, costuradas em uma malha por meio de uma técnica ancestral da comunidade indígena. Mede cerca de 1,80 metros e tem 80 centímetros de largura.
 
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