A Acelen, empresa que controla a Refinaria de Mataripe, antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), confirmou o aumento do preço do GLP (gás de cozinha) em 10,16% para as distribuidoras. O aumento passou a vigorar no dia 01/08
Com o aumento, o baiano paga 37% mais caro pelo gás de cozinha em comparação ao preço cobrado pela Petrobrás. Em março, a Acelen tinha reajustado em 8% o produto para as distribuidoras.
O preço médio do botijão de 13kg de gás de cozinha, nas distribuidoras, que antes do aumento estava em cerca de R$ 135,00, com o reajuste deverá ultrapassar os R$ 140,00, podendo até chegar a R$ 150,00, tornando Salvador a capital com o gás de cozinha mais caro do país.
Segundo o economista da AEPET-BA, Eric Gil Dantas, a Refinaria Mataripe só perde o posto de refinaria mais cara, em relação ao GLP, para a Refinaria da Amazônia (REAM), no Amazonas, que está cobrando R$ 48,80 pelo botijão de 13kg, o que não inclui aí os custos de margem de distribuição e revenda e impostos.
Não coincidentemente, a RLAM e a Ream, que eram da Petrobrás, foram privatizadas nos dois últimos anos do governo Bolsonaro. A RLAM, por exemplo, foi vendida em dezembro de 2021 pela metade do preço do valor de uma Refinaria, segundo o BTG Pactual.
Mesmo quando a Petrobrás seguia os preços da Paridade de Importação (PPI), usando o dólar como referência nos preços, a Acelen tinha o gás de cozinha mais caro.
É o que mostra o estudo de Eric Gil Dantas. Para ele “desde que foi vendida a RLAM, os baianos pagam caro pelo produto, em média 14% a mais em comparação aos preços da Petrobrás que suspendeu o PPI, em 2023. A diferença hoje é de 37%”, declara ele.
Veja o gráfico:
Preço cobrado pelo GLP equivalente a 13kg nas refinarias da Petrobrás e na Refinaria de Mataripe (Acelen) desde o início da operação privada (01/12/2021 a 01/08/2024)
O gráfico mostra a evolução dos preços desde que a RLAM foi vendida para o fundo árabe Mubadala em relação à Petrobrás.
O aumento do preço do gás empurra os mais pobres a cozinhar com lenha. Em 2022, quando o preço do gás de cozinha chegou ao maior patamar da história do Brasil, o consumo de lenha também cresceu. Foi o maior desde 2009.
Esses últimos aumentos evidenciam e escancaram o quão prejudicial foi a privatização de refinarias antes controladas pela Petrobrás, privatizações essas que só serviram ao mercado e a investidores estrangeiros, deixando o povo baiano, amazonense e potiguar nas mãos do capital privado.
Os consumidores sofrem com recorrentes aumentos nos preços dos combustíveis, tornando a reestatização das refinarias cada vez mais urgente e necessária, bandeira defendida firmemente pela AEPET-BA.
O presidente da AEPET-BA, Marcos André dos Santos, defende a volta da RLAM para a gestão da Petrobrás “como solução do fim da política de preços, aplicada pela Acelen, que leva em conta o valor do dólar e do barril de petróleo no mercado internacional. Política essa que já foi extinta pela Petrobrás”, diz ele.
Com a reestatização da RLAM, os consumidores baianos vão voltar a pagar preços justos da gasolina, diesel e gás de cozinha.
A Bahia foi prejudicada com a implementação de um monopólio regional privado, após a venda da RLAM, que possibilita a Acelen ditar os preços da gasolina, gás de cozinha e diesel, com graves prejuízo para as famílias e a economia.
Contatos: Economista da AEPET-BA, Eric Gil Dantas, telefone 41 99803-5583
Presidente da AEPET-BA, Marcos André dos Santos, telefone 71 98742-3915
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